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Advogados de Extradição no Brasil

A extradição no Brasil é regulada por normas legais específicas e caracteriza-se por sua alta complexidade. De acordo com a Constituição do Brasil (art. 5º, LII), cidadãos brasileiros não podem ser extraditados. No entanto, estrangeiros que cometeram crimes fora do Brasil podem ser sujeitos a um processo de extradição, caso isso esteja previsto em tratados internacionais e na legislação interna.
 Nossos advogados de extradição ajudam os clientes a compreender os detalhes do procedimento, desde a apresentação do pedido até sua análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que desempenha um papel central na tomada de decisões. A assistência jurídica em estágio inicial pode aumentar significativamente as chances de proteger os direitos e interesses da pessoa.

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O que é extradição no Brasil?

 A extradição é a transferência de um cidadão estrangeiro do Brasil para outro país, a fim de responsabilizá-lo criminalmente ou executar uma sentença. O processo é realizado com base na Lei nº 6.815/1980 (a chamada Lei de Estrangeiros), bem como em tratados internacionais assinados pelo Brasil.

 Os principais objetivos da extradição são garantir a punição, responsabilizar a pessoa criminalmente e cumprir decisões judiciais já em vigor.

 É importante ressaltar que os tribunais brasileiros consideram não apenas o pedido do país estrangeiro, mas também as garantias de direitos humanos no país solicitante. Se houver risco de tortura, perseguição política ou violação de liberdades fundamentais, o STF pode negar a extradição.

Como ocorre o processo de extradição no Brasil

O procedimento de extradição no Brasil segue um caminho estritamente formalizado e começa com a apresentação de um pedido oficial através de canais diplomáticos. Esse pedido é enviado ao Ministério da Justiça e ao Ministério das Relações Exteriores, que atuam como intermediários e verificam sua legalidade inicial. Em seguida, os documentos são encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF), o único órgão autorizado a decidir pela concessão ou rejeição do pedido.

 Todo o processo é regulado tanto por tratados internacionais ratificados pelo Brasil quanto pela Constituição do país, que estabelece limitações à entrega de pessoas, especialmente quando há risco de violação de seus direitos e liberdades fundamentais.

 As etapas do procedimento incluem:

  • Registro do pedido e verificação de sua conformidade com tratados internacionais e legislação interna, garantindo a obrigatoriedade de resposta por parte do Brasil;
  • Análise do caso no STF, onde são avaliadas as provas apresentadas, fundamentos legais do pedido e possíveis riscos de violação de direitos humanos em caso de extradição;
  • Apresentação da defesa pelos advogados, que podem protocolar petições, contestar a legalidade do pedido e buscar seu reconhecimento como inválido quando identificadas violações ou abusos;
  • Decisão final pelo Supremo Tribunal, que pode ser favorável ou desfavorável. Mesmo em caso de aprovação da extradição, a palavra final cabe ao Presidente da República, que pode ratificar ou rejeitar a entrega por motivos jurídicos, políticos ou humanitários.

Dessa forma, o processo de extradição no Brasil reflete o equilíbrio entre a cooperação internacional no combate à criminalidade e a proteção dos direitos e garantias individuais previstos no sistema jurídico nacional.

Crimes que possibilitam extradição

 A Lei nº 6.815/1980, que regula a extradição no Brasil, estabelece que a entrega só é possível se o ato que fundamenta o pedido for considerado crime tanto pela legislação brasileira quanto pela legislação do país solicitante. Esse princípio é chamado de dupla tipicidade e garante que a extradição não seja usada de forma arbitrária ou com fins políticos.

 Os crimes mais comuns que permitem a extradição são graves, de repercussão internacional e com alto risco à segurança pública:

  • Terrorismo, incluindo participação em organizações terroristas, planejamento e financiamento de ataques;
  • Tráfico de pessoas e drogas, considerado uma das formas mais graves de criminalidade transnacional;
  • Crimes financeiros e corrupção, incluindo lavagem de dinheiro, evasão fiscal em grandes quantias, suborno de funcionários públicos;
  • Homicídios e crimes violentos que representam ameaça à vida e à segurança da sociedade.

O legislador enfatiza que existem restrições rigorosas. A extradição não é permitida em casos de crimes políticos ou quando há risco de que a pessoa seja sujeita a discriminação, perseguição ou ameaça à vida e à saúde. Essa abordagem reflete o respeito do Brasil aos padrões internacionais de direitos humanos, incluindo normas estabelecidas em convenções internacionais e na própria Constituição.

 Portanto, a Lei nº 6.815/1980 assegura simultaneamente a cooperação efetiva com outros países no combate à criminalidade internacional e atua como garantidora dos direitos e liberdades individuais, limitando abusos nos procedimentos de extradição.

É possível contestar o pedido de extradição?

Sim, a defesa em processos de extradição é uma das etapas mais importantes e pode determinar o destino da pessoa solicitada. Apesar do caráter internacional do procedimento, o pedido de extradição nunca é considerado automaticamente — cada caso deve passar por uma análise jurídica rigorosa, sendo os advogados responsáveis por elaborar a estratégia de defesa que pode resultar na recusa da entrega.

 Existem várias razões pelas quais a extradição pode ser negada:

  • Risco de violação dos direitos humanos — por exemplo, ameaça de tortura, tratamento desumano ou degradante, ou perseguição baseada em raça, nacionalidade, religião ou convicções políticas;
  • Princípio ne bis in idem (proibição de dupla punição) — se a pessoa já foi condenada ou absolvida pelo mesmo crime em outra jurisdição, sua extradição é impossível;
  • Prescrição penal — se, de acordo com a legislação brasileira ou internacional, a responsabilidade criminal perdeu validade;
  • Motivação política do pedido — a extradição não é permitida se o país solicitante utilizar a ação criminal como instrumento de pressão sobre opositores ou dissidentes;
  • Não conformidade com os requisitos formais de tratados internacionais — se o pedido não contiver documentos necessários, não for comprovado por evidências ou contrariar tratados, pode ser declarado inválido.

A prática demonstra que a assistência jurídica profissional e oportuna permitem explorar todos os mecanismos de defesa disponíveis. Os advogados podem protocolar petições no STF, recorrer a normas e precedentes internacionais, e utilizar mecanismos de proteção de direitos humanos da ONU e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Em alguns casos, também é possível solicitar status de refúgio ou proteção, o que automaticamente impede a extradição.

 Assim, mesmo com a chegada de um pedido formal, a extradição não é inevitável. Uma defesa bem estruturada oferece chances reais de bloquear o processo e proteger os direitos do cliente tanto no sistema jurídico brasileiro quanto em âmbito internacional.

Prática do STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou uma prática ampla e diversa em casos de extradição, que orienta a aplicação da lei nessa área. As decisões do STF servem como referência para advogados e permitem construir estratégias de defesa sobre bases jurídicas sólidas.

 Em diversos casos, o tribunal negou a extradição quando o país solicitante não forneceu garantias suficientes de um julgamento justo. Para o STF, é essencial que o acusado tenha direito à defesa, acesso a advogado e a um tribunal imparcial. Se houver dúvidas sobre a independência do sistema judiciário de outro país, o pedido de extradição é rejeitado.

 Além disso, fatores humanitários são considerados. Idade, estado de saúde ou circunstâncias familiares graves podem ser argumentos significativos contra a extradição. Por exemplo, o STF destacou repetidamente que extraditar pessoas idosas ou gravemente enfermas pode violar direitos fundamentais e contrariar princípios humanitários internacionais.

 Particular atenção é dada a pedidos com motivação política. Se a extradição é usada como ferramenta de pressão sobre opositores, jornalistas, líderes comunitários ou minorias, o STF nega a entrega. Essa abordagem está em conformidade com o princípio constitucional de proteção aos direitos humanos e com os compromissos internacionais do Brasil.

 Na prática, cada caso é analisado individualmente, e a defesa tem reais possibilidades de convencer o tribunal sobre a inadmissibilidade da extradição. Além disso, a jurisprudência do STF mostra que argumentos jurídicos sólidos, respaldados em padrões internacionais, frequentemente determinam o resultado do processo.

Riscos para clientes

Clientes contra os quais há pedido de extradição no Brasil podem enfrentar uma série de consequências negativas que afetam não apenas sua liberdade pessoal, mas também estabilidade financeira, reputação e vida familiar. Desde o início da investigação, os impactos podem ser severos. Entre eles:

  • Prisão a pedido da Interpol, que pode ocorrer antes mesmo da análise completa do caso;
  • Congelamento de contas bancárias e ativos, bloqueando completamente o acesso a recursos e gestão de bens;
  • Detenção prolongada até a decisão final do STF, que pode durar meses ou até anos;
  • Restrição de liberdade de movimento e impossibilidade de deixar o país, incluindo apreensão de passaporte e proibição de viagens internacionais;
  • Perda de reputação e pressão da mídia, crítica especialmente para empresários e figuras públicas;
  • Dificuldades em administrar negócios e empresas, já que a restrição de liberdade afeta diretamente a atividade econômica;
  • Pressão psicológica e estresse devido à incerteza, ameaça de extradição e risco de ser submetido a sistema jurídico desfavorável em outro país;
  • Risco de violação de direitos humanos se o país solicitante tem histórico de tortura, discriminação ou processos judiciais injustos.

Tais medidas têm impacto profundo na vida do indivíduo e de seus familiares. Por isso, procurar advogados experientes em extradição no Brasil é fundamental. Os profissionais podem preparar argumentos em defesa do cliente, contestar a legalidade do pedido de extradição e tomar medidas para minimizar danos à reputação e proteger ativos.

Estratégias de defesa


Advogados experientes desenvolvem estratégias de defesa abrangentes, que podem incluir:

  • Verificação da legalidade do próprio pedido e sua conformidade com tratados internacionais;
  • Referências a convenções internacionais, incluindo o Pacto de San José (Convenção Americana de Direitos Humanos);
  • Argumentos sobre motivação política do processo;
  • Apresentação de circunstâncias humanitárias (doença, idade, vínculos familiares no Brasil);
  • Pedido de status de refugiado ou proteção contra discriminação.

Particularidades da extradição no Brasil

Ao contrário de muitos países, onde a decisão final cabe exclusivamente ao tribunal, no Brasil existe um sistema em duas etapas: primeiro o STF emite seu parecer, e depois o Presidente da República aprova ou rejeita a extradição. Isso significa que a defesa deve considerar não apenas argumentos jurídicos, mas também o contexto político do caso.

 Além disso, o sistema jurídico brasileiro garante ao acusado direito à defesa, advogado pessoal e possibilidade de contestar irregularidades processuais.

Por que é necessário um advogado de extradição no Brasil?

O processo de extradição é extremamente complexo e, sem o apoio de um especialista, praticamente não há chances de sucesso. Nossos advogados têm experiência em litígios com estados estrangeiros, conhecem a especificidade do STF e sabem usar o direito internacional para proteger o cliente.

 Oferecemos assistência completa, incluindo análise do pedido de extradição, desenvolvimento de estratégia de defesa, preparação de apelações e acompanhamento do cliente em todas as etapas do processo.

Marcin Ajs
Socio Asociado
Abogado experto en derecho penal internacional y económico. Socio en Dziekański Chowaniec Ajs y miembro de la Asociación Europea de Abogados Penalistas. Desde 2014 representa a clientes en casos relacionados con la Orden de Detención Europea, notificaciones rojas de INTERPOL y extradiciones. Asesora a empresas y particulares en cuestiones de responsabilidad penal, corrupción, fraude del IVA y delitos financieros. También desarrolla programas de cumplimiento para prevenir riesgos legales.

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    Perguntas Frequentes

    É possível obter liberdade mediante fiança durante o processo de extradição?


    Sim, a possibilidade de liberdade mediante fiança existe, mas a decisão cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF). O tribunal avalia o risco de fuga e a gravidade das acusações. Quando o risco é elevado, o STF pode negar a fiança, especialmente em casos de crimes graves ou de relevância internacional.

    Quanto tempo dura o processo de extradição no Brasil?


    O processo pode durar de 6 meses a vários anos. A duração depende da complexidade do caso, do número de recursos apresentados e da posição política do país solicitante. O prazo também pode ser estendido se forem necessárias perícias adicionais ou esclarecimentos de autoridades estrangeiras.

    É possível contestar a extradição?


    Sim, a extradição pode ser contestada em diferentes etapas do processo. Os advogados apresentam objeções com base no direito internacional e constitucional. É possível também argumentar violações de direitos humanos, motivação política ou outras razões que justifiquem a recusa da entrega.

    E se eu tiver status de refugiado?


    O status de refugiado no Brasil é um fundamento sério para negar a extradição. O tribunal considera o risco de ameaça à vida, perseguição ou discriminação no país solicitante. Nesses casos, a defesa pode contestar o pedido com base em convenções internacionais sobre direitos dos refugiados e garantias de segurança.

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