Eliminação de Alerta Vermelho da Interpol
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Eliminação de Alerta Vermelho da Interpol a Pedido do País de Origem dos Dados

Contexto do caso

Em 2021, ao atravessar a fronteira entre Alemanha e Dinamarca, o cliente foi detido pela polícia de fronteira dinamarquesa. Após a verificação de seus documentos, foi informado de que havia um alerta da INTERPOL emitido a pedido da Turquia, baseado em uma condenação de seis anos de prisão por roubo. A detenção ocorreu de forma preventiva, enquanto as autoridades avaliavam a situação jurídica e os riscos relacionados à extradição.

Defesa do cliente

O cliente contestou o alerta da INTERPOL alegando violação de direitos fundamentais. Citou o Artigo 2 do Estatuto da INTERPOL, os Artigos 3 e 6 da Convenção Europeia de Direitos Humanos e os Artigos 5 e 10 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A defesa argumentou que o alerta estava sendo usado de forma desproporcional e que havia risco real de abuso ou perseguição política caso fosse extraditado.

Recusa da extradição

Em 2021, o Procurador-Geral da Dinamarca recomendou que o cliente não fosse extraditado para a Turquia, considerando que existia uma probabilidade significativa de que ele pudesse sofrer tortura ou tratamento cruel e desumano, o que violaria o Artigo 3 da Convenção Europeia de Direitos Humanos (Artigo 6(1) da Lei de Extradição da Dinamarca).

Com base nessa recomendação, em 8 de abril de 2021, o Tribunal de Nykøbing decidiu rejeitar o pedido de extradição feito pela Turquia. O tribunal destacou a ausência de garantias jurídicas adequadas e o risco de violação dos direitos fundamentais do indivíduo.

Resultado final

Após a decisão judicial e a apresentação de uma reclamação à Commission for the Control of INTERPOL’s Files (CCF), o país de origem dos dados decidiu remover voluntariamente as informações do sistema da INTERPOL relativas ao cliente.

Essa decisão reforça que é possível proteger direitos fundamentais e contestar alertas da INTERPOL quando há risco de tratamento desumano ou abuso político.

Hanna Sianko
Parceiro Associado
Hanna Sianko é uma advogada com formação internacional e experiência prática no Reino Unido e nos Estados Unidos. Com um mestrado pela London School of Economics, onde se concentrou no estudo das violações de direitos humanos, Hanna combina expertise em direito penal internacional, direito dos direitos humanos e direito comercial internacional. Sua trajetória profissional abrange tanto o campo jurídico quanto o de políticas públicas, incluindo seu trabalho no Community Legal Advice Center em Londres e sua participação em competições jurídicas internacionais, nas quais desenvolveu suas habilidades de argumentação e análise.

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